Projeto Portugal 2020
Valorização, Dinamização e promoção turística da região: Ação 2 - Caminhos de Peregrinação
Ficha de projeto
Nome
Valorização, Dinamização e promoção turística da região: Ação 2 - Caminhos de Peregrinação .Valor de financiamento
116,26 mil € .Valor executado
128,89 mil € .Código de operação
NORTE-06-3928-FEDER-000095 .Data de conclusão
15.10.2021 .Sumário
A ADER-SOUSA – Associação de Desenvolvimento Rural das Terras do Sousa, durante o ano de 2008, realizou um estudo denominado “Caminhos Antigos de Peregrinação – Caminhos Portugueses para Santiago de Compostela e os principais centros de Peregrinação”, financiado através da IC LEADER+, que consistiu na elaboração de uma carta dos caminhos de peregrinação existentes nas Terras do Sousa (Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel) do ponto de vista do seu traçado, da sua fundamentação histórica e arqueológica e na inventariação e caracterização dos locais de interesse histórico-patrimonial existentes ao longo dos diversos percursos. O estudo realizado mostrou a existência de vinte e dois traçados viários que cruzam o território destes municípios no sentido Norte-Sul, à excepção de um (Estrada Porto-Amarante) que o faz no sentido Poente-Nascente. Na sua grande maioria, estas rotas viárias têm uma ascendência medieval e, em alguns casos, a sua vetustez recua até ao período romano, senão mesmo antes. Muitos deles passam junto a igrejas românicas, outros estão balizados por antigas minas, necrópoles e assentamentos romanos, há os que passam na base de antigos povoados da Idade do Ferro e não podemos ignorar aqueles que estavam marginados pelos memoriais, como é o caso de o de Irivo (Penafiel). Uma boa parte destas vias está ou foi servida por pontes de fabrico romano (Ponte do Arco, Ponte de Barrimau), por pontes de fabrico medieval (Ponte de Cepeda, Ponte de Alvre, Ponte da Gasconha, Ponte de Espíndo, Ponte de Vilela, Ponte de Santa Marta, etc.), sendo as outras, de arco ou padieiras, de traça mais recente. Ao longo destes percursos assinalam-se devoções marianas, cultos a São Tiago, São Gonçalo e São Martinho, e prestava-se especial devoção às relíquias de certos varões cujas virtudes haviam extravasado o comum dos mortais. Verifica-se, entretanto, que não existe um conhecimento equivalente para o restante território que abarca a EEC PROVERE – Turismo para Todos, pelo que se nos afigura premente a sua realização. Estas vias necessitam de intervenções de vária ordem capazes de revitalizar e conservar tais itinerários para que se tornem atractivos para o grande público numa lógica de desenvolvimento sustentável. Para isso, é indispensável proceder-se à definição de tipologias / formas de intervenção a nível arquitectónico e paisagístico. No entanto, é indispensável uniformizarem-se os critérios de protecção e de promoção do património, do natural ao construído, existente nos municípios que integram o território da EEC PROVERE – Turismo para Todos (de hora em diante denominado apenas por território) numa óptica de integração em redes já existentes como sejam a “Rota do Românico”, a “Rede das Aldeias de Portugal” e de percursos naturais. A execução da presente Acção permitirá proteger e salvaguardar os principais caminhos e rotas, em especial aquelas parcelas que ainda não foram intervencionadas pelos modernos meios de conservação de estradas (empedramento, alcatrão, etc.). Permitirá valorizar trechos de caminhos onde permanecem ainda empedrados seculares, sejam eles medievais ou mais modernos, e preservar certos itinerários sempre que eles sejam a mais-valia para a compreensão da política viária que antecedeu a grande reformulação iniciada com o Liberalismo em Portugal. Por outro lado, esta Acção conduzirá à selecção de um conjunto de pontes que merecem, pela sua arquitectura, tipologia e cronologia uma condigna preservação e enquadramento paisagístico, compatível com a valorização dos muitos patrimónios que se cruzam e inter-cruzam com as populações que beneficiam com a sua presença. Nesta perspectiva, esta Acção é um passo importante para se promoverem actividades que tendam a proteger e a divulgar a antiga rede viária, que foi e esteve na origem da fixação de populações, na estruturação de núcleos habitacionais, no desenvolvimento regional e local e pela qual transitaram mercadorias, bens e serviços, almocreves, comerciantes, monges, sacerdotes e peregrinos a caminho de Santiago, de Jerusalém, de Roma, da Senhora da Abadia, de São Torcato, da Senhora da Oliveira, de São Gualter, de São Bento das Peras, de Santa Senhorinha de Basto e tantos outros santuários e locais de peregrinação espalhados pelos mais recônditos pontos do Norte de Portugal. A valorização destas vias antigas, que na sua maioria são caminhos de circulação actual (estradas nacionais e municipais), é algo que pode ser entendido como uma mais-valia económica para o território, porque permitirá multiplicar os percursos pedestres já existentes e estabelecer novas rotas, novos percursos que articulados com os patrimónios locais, chamarão sem dúvida novos aderentes ao que se costuma chamar de turismo cultural e religioso. Finalmente não podemos deixar de valorizar a presente Acção, não só pela sua mais-valia, mas também porque se articula com outras acções / projectos que têm vindo a ser implementados no território. Qualquer acção / projecto que vise a reabilitação de margens e/ou de cursos de água, a requalificação ambiental, a criação de parques ambientais, a requalificação de caminhos naturais ou a valorização do património arquitectónico, nomeadamente o que está relacionado com mosteiros e igrejas românicas, articula-se, com toda a naturalidade, com esta Acção de valorização e divulgação da rede viária antiga; assim como, todos os projectos de alojamento, restauração, animação turística e ainda de valorização dos produtos locais, beneficiarão com a implementação desta Acção.
Beneficiários do financiamento
Distribuição geográfica do financiamento
116,26 mil €
Valor de financiamento
Onde foi aplicado o dinheiro
Por concelho
1 concelho financiado .
-
Vale de Cambra 3,49 mil € ,