Projeto Portugal 2020
REABILITAÇÃO DO TEATRO NARCISO FERREIRA
Ficha de projeto
Nome
REABILITAÇÃO DO TEATRO NARCISO FERREIRA .Valor de financiamento
3,2 milhões € .Valor executado
3,2 milhões € .Código de operação
NORTE-05-2316-FEDER-000085 .Data de conclusão
31.12.2023 .Sumário
O processo de edificação de Cine-Teatros em Portugal, decorrido entre as décadas de 1930 e 1960, acompanhou o percurso da arquitetura portuguesa do século XX. Construídos no período de vigência do Estado Novo, os Cine-Teatros são obras de promoção privada que conciliam os princípios programáticos dos espetáculos de cinema e teatro num edifício único e assumem-se como um grande equipamento cultural das localidades onde se inserem. Foi Raúl Ferreira, o Conde de Riba d’Ave e filho de Narciso Ferreira, quem mais se empenhou em ‘fazer cidade’, entenda-se, criar equipamentos de apoio à população. Da rede de equipamentos faz parte o Teatro Narciso Ferreira. A obra foi assinada pelo arquiteto Manuel Amoroso Lopes e construído em 1944, pensado para ser salão recreativo dos operários, no entanto, é como Cine-Teatro que a maioria dos habitantes se recorda dele. A sua linguagem, à semelhança do que se fazia no Porto, na década de 40, revela alguns princípios modernistas depreendidos na grande racionalidade volumétrica e funcional e num certo abstracionismo geométrico do alçado, marcado a sul por uma torre, onde figura o patrono – Narciso Ferreira. Pouco antes de 1960, registou-se uma alteração na parte norte do edifício, zona do palco, com a finalidade de obter condições para receber peças de teatro. Atualmente o edifício encontra-se em estado de ruína. Atendendo ao enquadramento na tipologia de intervenção para a reabilitação integral de edifícios que tenham por objeto equipamentos de utilização coletiva de natureza pública, e acreditando que este equipamento tem uma capacidade geradora de dinâmica social e cultural e até a de alavancar o desenvolvimento doutro processos de reabilitação do edificado é pertinente desencadear este processo. A operação em causa é constituída por uma ação infraestrutural que consiste na reabilitação física e sociocultural de um edifício de atividade cultural (Teatro Narciso Ferreira) e por uma ação imaterial de publicidade, informação e animação de desenvolvimento de ações com vista à gestão e animação da área urbana, à promoção da atividade económica, à valorização dos espaços e à mobilização da comunidade local. A ação infraestrutural pretende- se criar condições para que o edifício volte a ser uma casa de espetáculos de referência na região e de apoio à comunidade local. Com a mais recente dinâmica cultural instalada em Riba d’Ave e nas freguesias vizinhas, verifica-se a necessidade de desenvolver um projeto cultural que vá ao encontro das exigências dos artistas e diferentes públicos locais. À imagem do projeto implementado no terreno “Avecultural”, a exploração das artes de palco – o teatro, a música e a dança – com uma proposta moderna, dinâmica educativa, que privilegia a performance, merece ser considerada como estruturante e de grande significado para a programação do Teatro Narciso Ferreira. No domínio do teatro, deverá ser sobretudo direcionado para os grupos de teatro amador da região, e para o teatro infanto-juvenil, numa clara aposta na formação e captação de públicos. Deve igualmente criar as condições necessárias para acolher peças itinerantes ou récitas de núcleos de teatro amador ou escolar, e ainda promover a constituição de um grupo residente. O Teatro Narciso Ferreira funcionará como incubadora para este tipo de atividade artística, orientado e conduzindo-o para a etapa seguinte – o profissionalismo. A música está enraizada em Riba d’Ave desde há 200 anos, com a formação da Banda Filarmónica. Deverá, assim, o Teatro Narciso Ferreira, reunir as melhores condições para as suas atuações. Por outro lado, e tal como se tem desenvolvido no projeto Avecultural, o Teatro Narciso ferreira será palco de Temporadas Anuais de Música, que conta com várias rubricas, e da projeção de jovens talentos, seja em audições ou em concertos comemorativos, havendo necessidade a acolher estas atividades em boas condições técnicas e acústicas. A dança como manifestação artística de fusão com a música e teatro, será também um veículo de expressão cultural e de contemporaneidade a explorar. Tendo em conta os constrangimentos a que a dimensão física do dispositivo cénico se encontra condicionada, pela estrutura existente, deverão ser observadas as óbvias limitações na programação de espetáculos que exijam manobra de torre de cena e/ou fosso de orquestra. O compromisso obtido permitiu projetar uma sala que pretende acomodar com conforto as valências funcionais previstas, enquadrando-se com a capacidade de muitas das salas existentes em núcleos urbanos similares, o que potencia indispensáveis sinergias de programação em rede. No que concerne à intervenção na recuperação e ampliação do edifício, manter-se-ão as caraterísticas formais existentes das fachadas, dado tratar-se de um edifício representativo de uma época e simbólico da comunidade local. Relativamente à Arquitetura de Cena, os princípios orientadores comuns às várias especialidades, podem resumir-se nas seguintes estratégias: - Privilegiar a implementação de infraestruturas, no sentido de permitir uma natural e saudável expansão/atualização dos sistemas previstos; - Propor padrões elevados de qualidade e atualização tecnológica, ao nível dos sistemas e dos equipamentos previstos, no sentido de garantir o futuro desenvolvimento do edifício; - Prestar uma atenção particular em viabilizar a maior flexibilidade possível na gestão do parque de equipamentos a instalar, com os óbvios reflexos nos custos de exploração, sobretudo ao nível da manutenção e da mão-de-obra necessária ao seu bom funcionamento. Na estratégia para a reabilitação urbana enquadrada pela ARU do centro de Riba d’Ave e do centro de Oliveira São Mateus, o Teatro Narciso Ferreira, vai-se qualificar e adequar-se funcionalmente às exigência atuais regulamentares e à expectativa do público; A identidade cultural sai reforçada, atendendo a que se trata de um edifício de elevado valor de referência na cidade. Esta operação também vai permitir a promoção e atração de funções culturais e criar novas dinâmicas económicas da vila de Riba d’Ave. Relativamente à ação imaterial a desenvolver, esta está relacionada com a intenção comunicacional, em conta a nova abordagem que se preconiza no âmbito da reabilitação física e cultural para o TNF. Semelhante aos meios e mecanismos utilizados pela Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão, este equipamento cultural será suportado por um conjunto canais de divulgação das atividades culturais: redes sociais, estacionário e outro material de divulgação. Pretende-se criar uma imagem própria assente na identidade, inspiradora, que relacionada os dois tempos de folego deste equipamento. Num campo mais lato, o Teatro Narciso Ferreira contribui eficazmente para os objetivos da ARU em que se insere. Esta operação concretiza os seus objetivos através: da reabilitação urbana; da valorização da identidade cultural e da promoção e atração de funções inovadoras e competitivas.
Beneficiários do financiamento
Beneficiário principal
MUNICÍPIO DE VILA NOVA DE FAMALICÃO
Distribuição geográfica do financiamento
3,2 milhões €
Valor de financiamento
Onde foi aplicado o dinheiro
Por concelho
1 concelho financiado .
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Vila Nova de Famalicão 3,2 milhões € ,