Projeto Portugal 2020
Regeneração Urbana do Espaço Público no Povoado Antigo de Caldas de Arêgos
Ficha de projeto
Nome
Regeneração Urbana do Espaço Público no Povoado Antigo de Caldas de Arêgos .Valor de financiamento
249,55 mil € .Valor executado
241,19 mil € .Código de operação
NORTE-04-2316-FEDER-000304 .Data de conclusão
31.12.2023 .Sumário
Caldas de Arêgos, vila do concelho de Resende a cerca de 5 km da sua sede, teve, desde a sua génese, o seu desenvolvimento urbano intrinsecamente ligado à água. A área de intervenção deste projeto concentra-se na zona mais antiga de Caldas de Arêgos, numa área total de cerca de 3 741 m2. A intervenção proposta neste projeto limita-se ao espaço público constituído por ruas, largo, caminhos, vielas, becos e escadas. Toda esta área encontra-se perfeitamente balizada uma vez que se apresentar bastante consolidada, com a diferença entre público e privado bem definida. Todo o espaço público objeto de intervenção apresenta-se desqualificado e descaracterizado. Para isso contribuiu a degradação de grande parte das habitações, devolutas ou em ruína. Também as sucessivas operações privadas de reconstrução ou ampliação - em busca de um pouco mais de área já por si muito exíguas – desvirtuaram em muitos casos completamente a qualidade arquitetónica e a unidade formal do aglomerado, invadindo também aos poucos e indevidamente áreas comuns. Proposta Geometria Estas intenções e objetivos programáticos, perante uma zona perfeitamente consolidada no que diz respeito ao conjunto edificado, materializam-se pelo redesenho do perfil transversal das diferentes vias, mantendo-se, por exiguidade, a exclusividade da circulação pedonal. Exceção feita na zona do antigo largo de Comércio que, não obstante manter-se o movimento e acesso e diferença de altimetrias existentes, a dimensão do seu espaço permite um reperfilamento nos dois sentidos fazendo privilegiar a circulação e estadia do peão em detrimento do automóvel. Conforto (pavimento) Para garantir um maior conforto à circulação pedonal, de uma forma geral será utilizado um pavimento contínuo em betão desativado com agregados de granito ou calcário em seixo rolado do rio, remetendo assim para os pavimentos ancestrais. Esta composição permite obter uma superfície de grande comodidade, garantindo, simultaneamente, as características antiderrapantes necessárias, principalmente em inclinações mais íngremes. Este novo pavimento será limitado longitudinalmente por guias em peças de granito maciço que fazem a transição entre o espaço público e privado, dignificando as construções existentes e protegendo-as. Nos pontos mais importantes de cruzamento e entroncamento, o pavimento contínuo em betão dará lugar a lajeados de granito. O mesmo princípio é adotado em volta dos fontenários existentes, objeto de recuperação. As escadas e patamares existentes serão revestidos a peças de granito. No largo Conselheiro Amadeu Pinto, antigo largo do Comércio, serão utilizados lajeados formando os limites do espaço retangular, preenchido na zona mais alta com o mesmo pavimento contínuo utilizado nos caminhos, mas em estereotomia distinta. Nos acessos laterais a este espaço será utilizado o paralelo de granito da rua e a calçada em microcubo de calcário, como memória e respeito pelos elementos preexistentes de maior qualidade e tradição no aglomerado. Equipamento e mobiliário urbano Conforme já referido, junto das fontes serão criados espaços de estadia que acolherão a instalação de bancos. Sempre que possível, ao longo de todo o espaço público serão instalados equipamento e mobiliário vocacionados para a estadia e passeio. A localização dos equipamentos para recolha de resíduos sólidos (seletivos ou indiferenciados) foi devidamente estudados e estabelecido de forma a permitir um melhor acesso aos utilizadores e aos movimentos de descarga. As placas toponímicas serão renovadas, colmatando-se assim também as lacunas existentes na identificação de muitos dos locais. Paisagismo A intervenção tem por objetivo contribuir para a valorização e integração paisagística do contexto urbano e natural em que se insere e traduz-se na conceção de espaços verdes com carácter de enquadramento, espaços de circulação e zonas de estadia. Os espaços verdes, apresentam-se substanciais, quer no âmbito da sustentabilidade ambiental bem como na definição do planeamento e da organização urbana. Aos mesmos, relacionam-se, entre diversos, a promoção de uma rede distribuidora de uma continuidade ecológica e a integração do património construído. Conceção Em termos conceptuais, atendeu-se a um conjunto de aspetos estéticos e funcionais no sentido de criação de um espaço exterior com elevada qualidade visual e ambiental. As estratégias de carácter paisagístico assentaram nos seguintes pontos: Criação de referências visuais, favoráveis à legibilidade do conjunto e à promoção de uma identidade própria; Criação de condições favoráveis sob o ponto de vista de conforto humano; Valorização estética, ambiental e promoção do equilíbrio e harmonia entre áreas pavimentadas e verdes; Preservação de espécies vegetais pré-existentes com interesse; Introduzir o conceito de sustentabilidade dos espaços verdes municipais, de modo a garantir a sua qualidade aliada a uma baixa manutenção; Introdução de material vegetal que contribua para a promoção da biodiversidade, aliando a necessidade de enquadrar o espaço com as zonas periféricas; Seleção dos materiais inertes e vegetais atendendo a parâmetros de conforto, baixa manutenção e integração do espaço exterior na envolvente. Material vegetal A escolha da vegetação prendeu-se fundamentalmente à seleção de espécies e a vários parâmetros entre eles, a estética, a congruência com o espaço envolvente e a baixa manutenção requerida por um espaço como este. Em relação aos elementos arbóreos, propõe-se a utilização de árvores de folha caduca, de modo a criar diversos efeitos cénicos ao longo do ano. Em relação às espécies arbustivas/herbáceas procurou-se espécies que valorizassem o espaço, a coloração da folhagem e da flor, bem como a textura são aspetos que constituem mais valias em todo o processo de seleção das espécies. Reabilitação de infraestruturas Conforme já referido, a iluminação do espaço público será objeto de requalificação integral. Recuperar-se-ão as colunas hexagonais preexistentes (através de decapagem e pintura) e serão recolocadas de acordo com o novo desenho, devidamente equipadas com armaduras para iluminação LED, garantindo assim uma melhoria significativa na eficiência energética. Nas ruelas do povoado serão instalados candeeiros de imagem tradicional (tipo lanterna) mas igualmente dotadas de armadura com lâmpadas LED. As cablagens aéreas serão sempre que possível eliminadas. Alguns troços das infraestruturas de telecomunicações serão também objeto de remodelação. Neste caso, a ação resume-se à eliminação das ligações aéreas que atravessam o espaço público (passando para subterrâneo), anulando estas dissonâncias urbanas que constitui esta teia de cablagens em redor de postes de madeira, que os diversos operadores de telecomunicações teimam em manter.
Beneficiários do financiamento
Beneficiário principal
MUNICÍPIO DE RESENDE
Distribuição geográfica do financiamento
249,55 mil €
Valor de financiamento
Onde foi aplicado o dinheiro
Por concelho
1 concelho financiado .
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Resende 249,55 mil € ,