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Ficha de projeto

Nome

GNÓMON - Escolas na Biosfera .

Valor de financiamento

255,61 mil € .

Valor executado

255,61 mil € .

Código de operação

POSEUR-03-2215-FC-000030 .

Data de conclusão

27.03.2018 .

Sumário

O planeta enfrenta crises ecológicas que urge serem resolvidas, mas cientistas e instituições conservacionistas deploram a cultura de indiferença que as sociedades contemporâneas sentem perante estes problemas e a própria natureza. Hoje é mais fácil um jovem ter contacto e informações sobre uma girafa ou leão do que com uma raposa ou um texugo que poderão viver a dezenas de metro dele. Mais ainda, é mais fácil a um jovem identificar dezenas de marcas de produtos industriais e suas embalagens, do que animais ou plantas. Deste contexto surge um perigoso paradigma, pois para além de desaparecer o contacto com a Natureza, esmorece o sentido de pertença. É perigoso para a sustentabilidade e conservação porque ninguém protegerá aquilo que desconhece, e importa sobretudo salientar que ninguém protegerá algo pelo qual não sente nenhum tipo de ligação emocional ou intelectual. Para os que estão conscientes, o conceito de Natureza atual altera-se encaminhando-se para uma visão romântica, protetora e de refúgio da poluição e caos urbanístico. Surge então um hiato entre as práticas de território rurais tradicionais e as novas procuras da Natureza e do Rural. O espaço agrícola abandonado torna-se cada vez mais em espaço natural; da economia de subsistência passa-se à economia do lazer; do medo do selvagem e da devoção religiosa passa-se à Natureza enquanto espaço de deslumbramento, relaxamento e criatividade. Procurando colmatar a falta de contacto direto e de vivências pessoais que permitirão criar laços emocionais e intelectuais com o contexto natural apresentamos o presente projeto, designado GNÓMON – Escolas na Biosfera, que se baseia na aplicação de uma metodologia de trabalho para atingir o seguinte objetivo: Promover, na comunidade escolar, a preservação do património natural local, com especial enfoque no conhecimento e proteção de espécies com estatuto de ameaça, através de metodologias pedagógicas e interpretativas participativas e de contacto direto com o espaço, combinando conhecimento das ciências naturais com a antropologia. O objetivo é criar nestes jovens a responsabilidade e empatia perante o ambiente que os rodeia, tornando-os embaixadores dos valores patrimoniais da sua região. Este objetivo será atingido através de uma combinação inovadora de estratégias pedagógicas desenvolvidas e aplicadas sobretudo nos países anglo-saxónicos e escandinavos, ao qual se alia a antropologia, enquanto ciência que estuda a cultura humana, seguindo a orientação das recomendações da Convenção da UNESCO para salvaguarda do Património Mundial que orienta os projetos conservacionistas de cariz natural a se revestirem de um carácter holista, ou seja, englobando o ambiente e a cultura humana. De recordar que os 5 concelhos deste projeto encontram-se em plena Reserva Mundial da Biosfera. Com esta metodologia multi-disciplinar procuramos promover experiências inovadoras em território português que aproximem a comunidade escolar e cada aluno, enquanto indivíduo, dos espaços naturais da sua comunidade, impulsionando-lhes no ambiente envolvente um sentido de lugar (Sense of Place) e de pertença, através de atividades de âmbito criativo e científico reflexo da contemporaneidade intelectual e artística mas com raízes assentes nas culturas pop juvenis enquanto meio de aproximação e nas comunidades rurais locais de origem destes jovens enquanto espaço cultural único de desenvolvimento. 1) Procurar-se-á, primeiro, envolver os agrupamentos escolares piloto, envolvendo os objetivos do projeto e as suas ações nas atividades das disciplinas e da comunidade escolar. Será proposto que os temas deste projeto funcionem como cerne das atividades transversais de projeto curricular. Para isto, antes do projeto iniciar, serão realizadas reuniões com diretores e professores de modo a costumizar o projeto ao contexto natural, cultural e educativo de cada concelho, sendo criado um plano e manual a entregar aos docentes, que fará parte de um curso de e-learning destinado a estes e aos funcionários das portas do PNPG. 2) inicia-se o projeto com os alunos, realizando-se um inquérito a todos eles visando compreender qual o seu contexto cultural e a sua visão e envolvimento com a Natureza e sua conservação. Com os resultados deste inquérito serão identificadas na sua cultura juvenil e na sua comunidade local, os elementos direta ou indiretamente ligados aos temas em questão, para que posteriormente estes elementos sejam utilizados como intermediários de comunicação com os jovens, ou seja, serão usadas as suas referências pop-culturais (música, filmes, séries, livros, jogos) como meio de explorar os temas de conservação ambiental em questão. 3) Ao longo dos dois anos, todos os alunos dos cinco concelhos, do segundo ciclo ao secundário (dos 10 aos 17 anos), participarão em pelo menos 9 ações, sendo que em cada concelho será formado um clube educativo onde os alunos poderão participar livremente e que desenvolverá diretamente as outras ações previstas, como por exemplo, elaboração de um livro de banda desenhada, livro digital interativo, exposição itinerante, jogo de mesa/ card game de estratégia. 4) A fase seguinte dirá respeito à promoção de atividades em espaço natural levando-os a encarar o contexto ecológico não apenas como uma enumeração de dados científicos “distantes” mas como um espaço único de experiência pessoal direta, ou seja, ao conhecimento científico que se procura vincular juntar o “eu” e o “nós” enquanto elementos participantes. Criar uma pedagogia emocional. 5) criação de elementos multidisciplinares de reflexão e criatividade onde a ligação eu/ nós - natureza/ ecologia/ área protegida/ espécie ameaçada será a base. Esta última fase decorrerá em duas partes: a primeira nos próprios espaços naturais usando metodologias da arte, e a segunda sobretudo em contexto escolar mas com incursões nas comunidades de origem. Esta fase será introduzida gradualmente ao longo do primeiro ano do projeto, sendo a sua fase mais ativa já no decorrer do segundo ano, quando os alunos serão cocriadores de conteúdos interpretativos media. 6) será aplicado um novo questionário para perceber, a par da investigação de carácter antropológico, se houve uma mudança na perceção dos alunos, e serão também realizadas reuniões com os professores e diretores das escolas. A última ação que envolve os alunos será um festival de um dia com a presença de experiências de bush craft, land art, yoga, música e animação variada.

Beneficiários do financiamento

Distribuição geográfica do financiamento

255,61 mil €

Valor de financiamento

Onde foi aplicado o dinheiro

Por concelho

5 concelhos financiados .

  • Arcos de Valdevez 102,58 mil € ,
  • Ponte da Barca 62,24 mil € ,
  • Montalegre 36,07 mil € ,
  • Melgaço 28,4 mil € ,
  • Terras de Bouro 26,33 mil € ,
Fonte AD&C, GPP
30.04.2024