Projeto Portugal 2020
Centro de Receção da Cividade de Bagunte
Ficha de projeto
Nome
Centro de Receção da Cividade de Bagunte .Valor de financiamento
361,28 mil € .Valor executado
376,45 mil € .Código de operação
NORTE-04-2114-FEDER-000446 .Data de conclusão
22.12.2021 .Sumário
O concelho de Vila do Conde é, desde a pré-história, uma área de grande atração para povos que aqui vieram, primeiro de passagem, depois de modo sedentário, em busca das boas condições que a terra, o clima e a localização ofereciam, contribuindo paulatinamente, com os vestígios do seu quotidiano, para o enriquecimento do património arqueológico deste concelho. Praticamente desde o dealbar da arqueologia, enquanto ciência, que o concelho de Vila do Conde atraiu a atenção de inúmeros investigadores, em virtude do seu rico património. Neste contexto, a Cividade de Bagunte é conhecida desde muito cedo como um povoado antigo. Já no século XVIII, Jerónimo Contador de Argote, citando o livro dos Condados, refere a existência, no monte da Cividade, de ruínas de uma cidade antiga. Trata-se de um povoado de enormes dimensões, com cerca de 50 Hectares de área com interesse científico e turístico. A Câmara Municipal de Vila do Conde, após adquirir os terrenos onde se inserem as ruínas da Cividade de Bagunte, em 2015, vem agora apresentar a candidatura para a construção de uma estrutura que contribuirá para a dinamização e atração de novos público. O documento relativo ao mapeamento de investimentos em infraestruturas culturais faz referência às tipologias de ação infraestrutural a financiar, onde este projeto se insere de forma clara. Nesse mesmo documento definiu-se que o património classificado assume-se como uma parte importante dos recursos culturais da Região Norte. No caso de Vila do Conde a intervenção proposta corresponde à criação do Centro de Receção da Cividade de Bagunte, sítio arqueológico classificado como Monumento Nacional, pelo Decreto de 16-06-1910. Facto igualmente relevante para a relevância deste projeto é o de ser proposto para um sítio arqueológico que integra a Rede de Castros do Noroeste, uma rede patrimonial que integra o mapeamento de investimentos em infraestruturas culturais definido pelo Norte 2020. A Cividade de Bagunte encontra-se acessível a quem a visita. Porém, o seu isolamento e falta de infraestruturas de apoio dificulta o seu desenvolvimento enquanto destino turístico de excelência. O projeto compreende um conjunto de valências, em ordem a proporcionar aos visitantes uma visão alargada do povoado castrejo, pré-existente no local, do qual restam ruinas e vestígios, atualmente em fase de escavação e de consolidação. Os espaços dividem-se entre aqueles que são de apoio às instalações sanitárias ajustadas a pessoas de mobilidade reduzida; receção / loja; arrecadação e os que são destinados à função expositiva e de trabalho. Assim, teremos uma sala principal com uma área de 64m2, onde será desenvolvido o programa expositivo de introdução às características específicas da Cividade no contexto da cultura castreja do Noroeste Peninsular. Esta sala poderá, eventualmente, servir para a realização de pequenas conferências temáticas, sendo dotada de equipamento amovível (cadeiras). As áreas de circulação foram dimensionadas de modo a servirem, também, como espaço expositivo. Estão previstos 5 compartimentos de dimensão variável que integram áreas expositoras ou de trabalho. Assumimos que, na elaboração do projeto, foram tidas em conta uma serie de referências analógicas dos espaços projetados, com as reminiscências das ruinas castrejas que serviram de habitat a este povo tão lendário quanto desconhecido. Não foi nossa intenção proceder a uma integração mimética com a tipologia castreja, mas tão só introduzir, no edifício, vagas referencias ao catálogo formal das construções castrejas, presentes no Monte dos Sobreirinhos, constituídas por formas geométricas, organizadas por círculos, retângulos, quadrados e trapézios mais ou menos irregulares. Estas disposições, formais abstratizadas pelo exterior corresponderão, “grosso modo”, às dimensões e formas do interior das casas castrejas. A área construída foi projetada parcialmente em corpos balançados para, assim corresponder, às exigências arqueológicas da menor ocupação do solo. Esta disposição solta do “chão” permite a realização previa de sondagem e posterior implantação em área a definir não sendo, assim, necessário alterar a topografia do local, restringindo-se à área de implantação e alteração do coberto vegetal ao mínimo necessário para ajustar às cotas de projeto e cumprimento da legislação em vigor. O edifício é contruído em betão, o qual fica maioritariamente à vista, revestido exteriormente por placas de cortiça expandida. Interiormente, os tetos também são em betão à vista, com exceção dos locais com teto falso, nomeadamente no corredor/receção e inst. sanitárias. A sala central tem parcialmente um teto falso de configuração (em planta) circular. Numa fase anterior à empreitada, o caminho de acesso desde o PT será ligeiramente alargado, e construído um muro de suporte em alvenaria de granito, a substituir o talude existente. O objeto desta empreitada diz respeito à construção do edifício e das redes exteriores das diferentes especialidades necessárias ao seu funcionamento, assim como a pavimentação em cubo de granito do caminho de acesso alargado e infraestruturado com iluminação pública e a pavimentação em calçada de granito de um pequeno parque de estacionamento para o centro de receção.
Beneficiários do financiamento
Beneficiário principal
MUNICÍPIO DE VILA DO CONDE
Distribuição geográfica do financiamento
361,28 mil €
Valor de financiamento
Onde foi aplicado o dinheiro
Por concelho
1 concelho financiado .
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Vila do Conde 361,28 mil € ,