Projeto Portugal 2020

Código de operação Código que identifica cada projeto efetuado com recurso a fundos europeus.

Data de conclusão

Sumário

A presente candidatura enquadra-se e resulta do processo de “mapeamento”, fixado segundo os procedimentos estabelecidos mediante deliberação da CIC Portugal 2020, nomeadamente na tipologia “14. Património Natural e Cultural”, de acordo com o artigo 114.º da Portaria n.º 57-B/2015, de 27 de fevereiro, na sua alínea a): “Proteção, valorização, conservação e promoção do património histórico e cultural com elevado interesse turístico, incluindo em particular aquele que já é Património da Humanidade reconhecido pela UNESCO.” A Sinagoga de Tomar é Monumento Nacional, classificado pelo Decreto n.º 7 621, DG, I Série n.º 154, de 29 de julho de 1921, testemunho da presença judaica no território de Tomar. Terá sido edificada em meados do século XV, mais precisamente entre 1430 e 1460. Em 1496 seria encerrada ao culto judaico, pelo édito de expulsão dos judeus, decretado por D. Manuel, tendo tido posteriormente diversas funções, até que em 1920 foi adquirida e restaurada pelo polaco Samuel Schwarz. Por ele é doada ao Estado Português para aí ser instalado o Museu Luso-hebraico Abraão Zacuto. O valor histórico, patrimonial e identitário deste monumento, único na península ibérica, é justificativo da necessidade imperiosa de intervenção, no sentido da sua salvaguarda e conservação. É notório o estado de desgaste do monumento, visível na degradação dos rebocos, associada à infiltração de água pela cobertura. Também o edifício contíguo, espaço onde terá funcionado o mikvé, apresenta um elevado grau de degradação, havendo mesmo o risco de desmoronamento. A intervenção realizada incidiu, assim, sobre o edifício da Sinagoga de Tomar (Monumento Nacional), sobre o edifício complementar adjacente e incluiu a valorização do respetivo logradouro. Respeitou o valor histórico do monumento, os vestígios e as memórias, atendendo à evolução do mesmo e às transformações sofridas, prevendo a sua conservação (rebocos, cobertura, instalação elétrica, criação de mobiliário expositivo), a criação de infraestruturas de apoio ao visitante (instalação sanitária, passadiço e valorização do logradouro) e a instalação de núcleo interpretativo da Sinagoga de Tomar. Em termos de valorização turística, nomeadamente tendo em vista o incremento da captação de fluxos de visitantes e por essa via a dinamização económica do tecido local / regional, a intervenção permitirá além do mais reforçar a qualidade dos serviços prestados ao visitante, a par de consolidar a imagem deste monumento como um dos mais significativos testemunhos da presença judaica na península ibérica. O edifício adjacente será dotado de condições para a futura instalação de um núcleo interpretativo, atualizando os seus padrões de conforto, não havendo outras restrições programáticas que não sejam a valorização do património arqueológico e a de versatilidade do espaço até à constituição do programa funcional do museu, em articulação com o espaço envolvente, destacando-se um espaço livre de logradouro autónomo em terreno contíguo a poente que a câmara recentemente adquiriu e que futuramente fará parte de todo o conjunto. Trata-se de criar as condições para que, para além da conservação e da reabilitação arquitetónica do monumento e da sua requalificação, se possa promover a sua efetiva integração no tecido urbano de que faz parte, criando um espaço de usufruto cultural e encetando, por essa via, um verdadeiro processo de revitalização urbana.