Projeto PRR

Sumário

O Concelho da Covilhã foi de 06.AGO.2022 a 19.AGO.2022 severamente afetado por um incêndio florestal o qual deflagrou uma área correspondente a 5.877 hectares (correspondendo a uma área de cerca de 10 6% do concelho). O projeto visa assim a constituição de um Condomínio de Aldeia no lugar de S. Romão e outro no lugar de Verdelhos ambos pertencentes à Freguesia de Verdelhos e identificados como territórios vulneráveis (Portaria n.º 301/2020 de 24 de dezembro). Assim na área envolvente aos dois Aglomerados Populacionais citados pretende-se realizar um conjunto de ações de reconversão de espaços florestais atualmente ocupados com pinheiro-bravo matos e invasoras lenhosas (mimosas) para outros usos e a criação de mosaico de paisagem como por exemplo medronheiro castanheiro e outras culturas permanentes contrariando a situação de vulnerabilidade dos espaços rurais e tornando estes lugares mais seguros e resilientes face aos riscos associados às alterações climáticas em particular os incêndios rurais e a perda da biodiversidade promovendo o crescimento sustentável e a coesão territorial. Importa realçar que os Condomínios de Aldeia a constituir no âmbito do presente aviso localizam-se a norte do Concelho que em termos de Defesa da Floresta Contra Incêndios devem assumir uma maior prioridade de intervenção decorrente da sua ocupação florestal devendo para esse efeito ser alvo de maior atenção e vigilância sobretudo nos meses considerados mais críticos para os incêndios rurais. Com este projeto deseja-se que as intervenções permitam a criação de autênticos mosaicos de quebra de manchas florestais contínuas contribuindo por si só para a descontinuidade florestal e para prevenção de incêndios severos. Adicionalmente pretende-se ainda valorizar a agricultura familiar através da exploração do medronho e outras culturas como o olival com o objetivo de melhorar as condições de vida de trabalho e de produção dos pequenos agricultores. Atendendo às características físicas nomeadamente ao nível do relevo do solo à fragmentação da propriedade ao uso e ocupação do solo com base em áreas de monocultura de Pinheiro bravo e às características sociais (ao nível do despovoamento e do envelhecimento da população da Aldeia de São Romão e Verdelhos) estas determinam a existência de um conjunto de extensas áreas de matos e floresta não geridas. Neste sentido procura-se nesta candidatura apresentar um plano estruturado e fundamentado de intervenções e iniciativas alinhadas com os objetivos do Aviso enquanto ferramenta de proteção aos aglomerados localizados na interface urbano-rural através de ações de gestão ordenamento e reconversão florestal para outros fins de modo a maximizar a resiliência da população e a proteção de pessoas bens.A constituição e manutenção de mosaicos de paisagem são fundamentais para promover a descontinuidade arbórea e arbustiva asseguradas por sistemas de gestão de combustível. Adicionalmente pretende-se ainda promover a revitalização de atividades agrícolas e pastoris e o fomento das atividades de turismo lazer e recreio baseado nos recursos e património naturais bem como o incremento da multifuncionalidade dos espaços naturais enquanto estratégia de desenvolvimento do mundo rural e a valorização dos serviços dos ecossistemas prestados por este território como estratégia de adaptação do território às alterações climáticas. Deste modo é fundamental que o projeto integre boas práticas ambientais na criação de comunidades mais resilientes aos riscos e contribuem igualmente para a resiliência dos habitat (fauna e flora) naturais podendo ainda ter potencial de scaleup.Assim pretende-se desenvolver um conjunto de ações de manutenção alteração da ocupação do solo e gestão dos combustíveis existentes nas faixas em redor dos aglomerados urbanos pré-definidos. Deste modo ao assegurar a gestão estratégica destas áreas será possível garantir uma maior segurança de pessoas animais e bens o fornecimento de serviços ecossistémicos e o fomento da biodiversidade.Objetivos gerais: O projeto será desenvolvido nas aldeias de Verdelhos e São Romão identificadas na Portaria n.º 301/2020 de 24 de dezembro como território vulnerável tornando-as mais resilientes a eventos climáticos extremos em particular os incêndios florestais.