Projeto PRR

Sumário

Sernancelhe é um território com 58,7% da sua população em idade ativa, mas sobressai o envelhecimento da sua população, pois 32% tem 65 ou mais anos, o que culmina em 347 pessoas idosas por cada 100 jovens. Os dados respeitantes ao envelhecimento tornam-se gravosos, quando aliados ao número de pessoas existentes por km², que neste caso trata-se de 24,9 pessoas e assim, indicia um maior risco de isolamento geográfico nesta franja da população. Por outro lado, 295 pessoas deste concelho não sabem ler nem escrever e também sabemos que esta condição aumenta o risco de fragilidade. O concelho tem, ainda, 60,6% da sua população com 15 ou mais anos inativa e a literatura também esclarece que a condição perante o trabalho é um fator importante de diferenciação no que respeita ao risco de pobreza. Clarificados alguns dados sociodemográficos de Sernancelhe, podemos afirmar que estes espelham as tendências territoriais e sociais, que de forma geral, se mantêm e acompanham a realidade nacional e europeia. No entanto, numa ótica de avaliação de impacto e de melhoria contínua, bem como de trabalho de proximidade, de parceria e de cooperação importa mantê-los atualizados e refletidos nos instrumentos estratégicos e de planeamento, pois só assim se potencia a Rede Social. Também é certo que se dispõem de diferentes Instituições, Entidades, Associações, serviços e respostas no concelho, ainda assim são insuficientes para acompanhar a dinâmica social e dar resposta aos desafios demográficos, pelo que além de urgir inovar este setor, também importa potenciar o trabalho já existente e por vezes, disperso, duplicado e distante de uma lógica de governação integrada. Desta forma, o Radar Social permitirá congregar a informação social e sociofamiliar de todas as pessoas e/ou famílias em situação de vulnerabilidade social, com recurso ao sistema de georreferenciação, que irá alavancar as diferentes respostas existentes, através do seu encaminhamento para a rede dos serviços de atendimento e acompanhamento social ou dos parceiros da Rede Social, viabilizando, ainda, uma intervenção social emergencial efetiva. Além de que, este mapeamento preconizado no Radar Social irá culminar num diagnóstico mais fidedigno, bem como na reflexão e na criação conjunta de estratégias e soluções mais ajustadas à realidade e que podem significar um verdadeiro retorno para os seus beneficiários, designadamente pessoas e/ou famílias em situação de risco de pobreza, exclusão social ou discriminação nas suas múltiplas dimensões. Assim, este feito proporcionará a reafirmação da Rede Social no território, mas primordialmente beneficiará as pessoas, as famílias e a comunidade, através do usufruto de uma rede comunitária de coesão social. Assim, conclui-se que a operação à qual apresentamos a presente candidatura é a oportunidade de unir esforços, por parte da Autarquia, entidades públicas, instituições e outros agentes para prevenir e erradicar as situações de pobreza do território de Sernancelhe, através da sinalização constante e encaminhamento, garantindo o acompanhamento e a disponibilização de soluções efetivas para as situações sociais, não descurando a retenção de conhecimento para delinear medidas futuras que tornarão este território mais inclusivo.