Projeto PRR

Sumário

A crise pandémica colocou em evidência um conjunto de fragilidades socias e económicas que carecem de soluções estruturais em diversos domínios.Atendendo a estas circunstâncias foi levada a debate a necessidade de repensar e redirecionar toda a intervenção social, revelando-se imperativa a adoção de programas integrados de atuação sobre as múltiplas vulnerabilidades, que potenciem respostas abrangentes, coordenadas e concertadas entre os diversos agentes, como é o caso do projeto Radar Social.O projeto Radar Social que na sua essência estabelece o reforço do apoio social a pessoas em situação de vulnerabilidade social e/ou em risco de pobreza e exclusão social, merece todo o interesse do Município de Grândola, que se propõe a implementar no seu território este projeto piloto reconhecendo que, no quadro das suas competências é de particular relevância que a capacidade de intervenção social seja reforçada, por via da constituição de uma equipa técnica que tenham como base um modelo de funcionamento mais próximo, proactivo e inovador de apoio social.Assim, em rigor, o projeto tem como objetivo geral reforçar o apoio social a pessoas, famílias e grupos em situação de vulnerabilidade, através da criação de uma equipa técnica concelhia composta por dois elementos, que, reforce os resultados da rede institucional de suporte já existente, criando para o efeito um mecanismo de mapeamento e vigilância das situações vulneráveis socialmente, e mobilize ativa e proactivamente os recursos da comunidade, respondendo às necessidades sociais existentes.Efetivamente, o Radar Social vem formalizar e fortalecer toda a atividade desenvolvida em parceria. Uma dinâmica de trabalho amplamente conhecida dos diversos parceiros sociais que integram o Conselho Local de Ação Social de Grândola (CLAS), em virtude da sua vasta experiência de trabalho conjunto, no âmbito da atuação da Rede Social de Grândola, a qual sempre assegurou um modelo operativo articulado e de parceria.De acordo com o Diagnóstico Social foram identificados no território alguns factos que corroboram e solidificam a importância de desenvolver um projeto com as características do Radar Social, designadamente, pela identificação das seguintes vulnerabilidades:Aumento das famílias unipessoais de pessoas com 65 ou mais anos, capitalizando situações de vulnerabilidade, nomeadamente, carência económica, situações de doença e incapacidade, abandono e falta de acessibilidades e transporte;Aumento considerável das pessoas beneficiárias de subsídio de doença;Aumento de pessoas apoiadas pela Prestação Social de Inclusão;Crescimento dos casos de violência doméstica;Aumento generalizado dos núcleos familiares monoparentais;Grande incidência de dificuldades e incapacidades na população idosa;Baixa literacia e inserção no mercado de trabalho das pessoas com deficiência;Falta de igualdade de oportunidades e equidade na participação da vida em comunidade das pessoas com deficiência.De facto, o projeto Radar Social com a criação da plataforma de georreferenciação social possibilitará uma maior articulação entre parceiros, como também facilitará o rápido acesso e a otimização da informação, elevando exponencialmente o papel e a relevância que a parceria assume na resposta aos problemas sociais do território.É importante referir que este será um projeto que contribuirá para o reforço da coesão social e territorial, em alinhamento com o quadro estratégico nacional.Toda a intervenção social produz impactos e, no contexto do Radar Social, as intervenções a realizar contribuirão, de forma direta e indireta, para uma sociedade justa e igualitária do ponto de vista da integração social, através do reequilíbrio de oportunidades e garantia de condições de participação, com efeito na diminuição de problemas sociais como o isolamento social, a pobreza e a exclusão social. Por fim, o Município de Grândola entende que este projeto de intervenção representará uma oportunidade para:Desenvolver e testar a diversificação de metodologias de intervenção ativa, qualificada e de proximidade da comunidade;Promover maior articulação e cooperação entre parceiros;Centralizar e otimizar a gestão de informação;Estimular a própria inovação institucional e reconfigurar o Programa da Rede Social, assumindo-o como um instrumento de política local;Ativar os direitos sociais dos munícipes;Incentivar à participação cívica da população, enquanto forma de promover a responsabilidade social e as relações de vizinhança, no combate ao isolamento e problemas sociais;Produzir e atualizar informação sobre o território, em benefício das pessoas, das famílias, da comunidade e do próprio território;Promover intervenções mais competentes, atendendo às especificidades de cada situação e ao perfil de cada cidadão.