Project Portugal 2020
Intervenção de Conservação e Restauro no Edificio do "Palacete do Conde de Sampayo" - 1ª Fase
Project sheet
Name
Intervenção de Conservação e Restauro no Edificio do "Palacete do Conde de Sampayo" - 1ª Fase .Funding amount
429,49 thousand € .Value executed
429,49 thousand € .Operation code
LISBOA-08-2316-FEDER-000070 .Conclusion date
28.02.2023 .Summary
Complementarmente a outras operações e intervenções previstas quer no âmbito da regeneração quer da mobilidade urbanas, esta será uma das várias abordagens preconizadas e com a qual se pretende valorizar as potencialidades da Vila de Alhos Vedros, como local apelativo não só para residir e para se trabalhar, mas também para se visitar, contribuindo esta operação a médio/longo prazo para o reforço da sua capacidade de atracção de novos habitantes e também de fixação dos actuais. Também este aspecto mais relacionado com a fixação dos residentes ao local é necessário abordar numa óptica de aproximação das pessoas aos espaços, tentando-se assim inverter a tendência verificada de abandono do edificado num local que foi já inclusive delimitado na Área de Reabilitação Urbana de Alhos Vedros. Como consequência das intervenções e acções a levar a cabo no edifício, espera-se ainda que venha a ocorrer um incremento e desenvolvimento das actividades económicas locais numa perspectiva de sustentabilidade do aglomerado urbano. Sobre o processo de reabilitação e adaptação desta casa solarenga à possibilidade de criação de um Museu Municipal da Moita, importa ter presente que a instalação do programa museológico tem por objectivo integrar o futuro espaço cultural na Rede Portuguesa de Museus. Os níveis de exigência no plano das condições técnicas para acolhimento da exposição de longa duração e de exposições temporárias, obriga a seguir princípios orientadores, normas e procedimentos ordenados pela Rede Portuguesa de Museus, inscritos na Colecção Temas de Museologia – Plano de Conservação Preventiva. Bases orientadoras, normas e procedimentos . Conhecer o edificado na sua componente física, ou seja, na sua materialidade e tecnologia, constituiu uma base fundamental para o compreender no plano da sua expressão e identidade e modo a salvaguardar a sua dimensão patrimonial no processo de transformação. Na posse destes dados foi possível tomar decisões no âmbito da sua adaptabilidade às novas funções, sem comprometer o sentido estético do conjunto edificado. Intervir implica transformar, adaptar, reconfigurar espaços e circuitos de modo a preparar o edifício para um novo período de uso ou vida útil. Numa primeira fase procurou-se estabelecer relações de proximidade entre a identidade pré-existente e o novo uso, estabelecendo complementaridades onde se percepcione clareza da espacialidade no contexto histórico e, simultaneamente, permita a autonomização de um discurso expositivo fluido e articulado. Procurou-se introduzir uma ideia de síntese espaciofuncional, optando-se pela espacialidade de grande dimensão repondo no andar nobre o sentido dos grandes salões palacianos, ordenados a partir do grande átrio do piso térreo e da escada de aparato, reposta enquanto citação arquitectónica. No piso térreo valorizaram-se igualmente os espaços de maior amplitude, onde pontuam arcos interiores de significativa dimensão, comuns no processo construtivo dos sobrados. No plano da fachada principal procede-se ao desentaipamento dos arcos de cantaria, incluindo a reconstrução de um deles que se perdeu numa das muitas alterações ocorridas. A reposição da arcaria reabilitará a fachada, repondo a notoriedade arquitectónica perdida. Os arcos exteriores ficarão autónomos através da integração recuada da caixilharia, de modo a adquirirem profundidade, reforçando a leitura da centralidade da entrada. O espaço do átrio ganha uma leitura para o exterior ampla e luminosa. O que se pretende com esta redefinição espacial é a optimização das actividades autónomas, de modo a funcionarem complementarmente sem constrangimentos, respectivamente a exposição temporária a partir do átrio e salas contíguas, os serviços educativos na ala nascente e pátio tardoz, visitas ao moinho de maré igualmente a partir do átrio na ala poente e no piso superior a exposição de longa duração. Pesando por um lado o cumprimento da legislação específica em vigor, por outro as exigências inerentes à integração na Rede Portuguesa de Museus, e tentando ainda ser equilibrado em relação ao plano da gestão financeira nas opções técnicas e de equipamentos propostos, ponderaram-se todos os aspectos em termos de consumos energéticos e de custos associados à vida útil e respectiva manutenção anual. Os pavimentos a aplicar diferenciam os pisos, respectivamente o térreo em lajes e o superior em pranchas de pinho americano (em virtude do nacional ter dimensões reduzidas). As ombreiras e padieiras dos vãos estruturais manterão o betão aparente mas pintado de branco, numa referência aos vãos antigos com molduras de expressivas cantarias. As caixilharias serão em madeira maciça composta por perfis de madeira executados em três lamelas e coladas a quente sob alta pressão, com vidro duplo laminado, à excepção do vão da entrada principal que será em aço, ambas devidamente estudadas no seu desempenho térmico e acústico no âmbito do estudo global do edifício, incluindo o revestimento exterior do edifício cujas fachadas incorporam um reboco térmico com componente de granulado de cortiça. O pequeno pátio localizado no alçado sul procura recuperar uma pequena área para lazer e para actividades, desenvolvidas pelos serviços educativos. Para além do piso térreo, terão acesso a um belveder elevado sobre a caldeira do moinho. Este pequeno balcão coberto, procura reabilitar o balcão pré-existente descoberto actualmente e em processo de assentamento, devolvendo à leitura arquitectónica do Palacete a sua componente lúdica de espaço exterior de socialização. Sob este betão ficarão instaladas as máquinas de AVAC protegidas da presença agressiva das brisas marítimas e integradas no contexto arquitectónico. As coberturas manterão o seu geometrismo, renovando-se a telha e introduzindo na pendente sul entre telhados um conjunto de painéis fotovoltaicos que para além do cumprimento da lei, constituirão um importante recurso energético optimizado para que este edifício contribua para a sustentabilidade ambiental. Aliás, esta é uma das opções tomadas neste projecto, no sentido de o tornar energeticamente inovador, contribuindo para a contenção de gastos energéticos e uma gestão exigente de edifícios públicos. Esta acção de reabilitação do Palacete do Conde de Sampayo com destino à instalação do Museu Municipal da Moita procurou responder no plano tecnológico às exigências técnicas da sua consolidação estrutural em risco generalizado, de modo a reabilitar este bem patrimonial qualificando-o enquanto memória histórica. esperando-se que a instalação do programa venha a consolidar laços socioculturais com a comunidade, criando um pólo dinâmico integrador do contexto urbano e paisagístico onde se implanta.
Funding beneficiaries
Main beneficiary
MUNICIPIO DA MOITA
Geographic distribution of financing
429,49 thousand €
Funding amount
Where was the money spent
By county
1 county financed .
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Moita 429,49 thousand € ,