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Project Portugal 2020

BIOPROTOMATE - Bioprotecção de Tomateiro Contra a Fusariose - Impacto das práticas agronómicas

Project sheet

Name

BIOPROTOMATE - Bioprotecção de Tomateiro Contra a Fusariose - Impacto das práticas agronómicas .

Funding amount

131,84 thousand € .

Value executed

114,12 thousand € .

Operation code

ALT20-03-0246-FEDER-000056 .

Conclusion date

30.06.2023 .

Summary

No contexto do Alentejo reveste-se de particular importância a valorizar da dimensão territorial e as condições edafoclimáticas da região, na promoção da produção de culturas que permitam a articulação entre a agricultura e a agro-indústria, visando simultaneamente integrar a cadeia-de-valor e elevar o controlo sobre a mesma pelo aumento da estabilidade da produção, bem como explorar oportunidades tecnológicas e de mercado para a emergência de empresas intensivas em conhecimento nos domínios da agricultura sustentável, introduzindo sistemas inovadores de produção baseados na promoção e incorporação de boas práticas agrícolas. Na região do Alentejo (NUTII) a produção de tomate para indústria representa 77% do total da produção nacional sendo praticada como cultura de Primavera/Verão em regadio numa área de cerca de 15 000 ha (INE 2017). A indústria de transformação está instalada na região sendo que 95 % da produção de concentrado de tomate produzido em Portugal é exportado para vários países do mundo. A região de Alqueva dispõe de óptimas condições edafoclimáticas para a produção de tomate para a indústria, dispondo de uma área de mais de 25 000 ha com aptidão moderada e elevada para o efeito, pelo que a valorização deste recurso deve ser privilegiada no sentido de contribuir para o aumento da produção nacional. Considerando ainda o custo da água no novo empreendimento, a produção de culturas de elevado rendimento, como as culturas hortícolas, deve assumir papel de destaque. Se por um lado a perspectiva da utilização eficiente dos recursos disponíveis é fundamental, é igualmente essencial assegurar a sustentabilidade da produção destas culturas, tanto do ponto de vista económico como ambiental. A produção de tomate é fortemente afectada por uma doença chamada fusariose, causada por Fusarium oxysporum, agente patogénico habitante do solo, que por razões ambientais e de segurança alimentar tem actualmente fortes restrições ao seu controle químico e para o qual não existem variedades de tomate resistentes. As perdas de produção causadas por desta doença podem representar até 90% da produção em zonas temperadas (Singh e Kamal, 2012). O facto de não existirem actualmente pesticidas homologados para o controle da fusariose, associado a imposições legais para produtores em regime de produção biológica, impõem fortes limitações à produção desta importante cultura para a região. O ambiente constitui um dos elementos considerados estruturantes para a região do Alentejo enquanto factor diferenciador, assim como a sua aptidão edafoclimática e condições estruturais para o desenvolvimento da cultura do tomate, e numa perspectiva de intensificação sustentável do sistema produtivo, visando conciliar o aumento de produção com uma utilização e gestão mais eficiente dos recursos, é fundamental implementar a incorporação de tecnologias inovadoras que sejam ambientalmente aceitáveis e eficientes para o controlo da fusariose associado à cultura do tomateiro no Alentejo. As micorrizas arbusculares resultam de uma simbiose mutualista que se estabelece entre os fungos micorrízicos arbusculares (AMF) e a raiz da maioria das plantas. A planta hospedeira beneficia em termos de aquisição de nutrientes, mas também pela bioprotecção que os AMF conferem contra stresses bióticos e abióticos, desde que a planta esteja bem micorrizada. Existem no mercado vários inóculos comerciais, no entanto o elevado custo e a frequente falta de qualidade e diversidade biológica fazem com a sua utilização não seja uma opção adequada em sistemas agrícolas extensivos. Tendo em conta que as populações nativas de AMF que naturalmente existem no solos são mais biodiversas e adaptadas às condições locais, o recurso ao inoculo nativo em vez do comercial é claramente mais favorável no sentido de potenciar a micorrização das culturas, para além de ser também mais económico para o agricultor. Com base em conhecimento adquirido em projectos de investigação levados a cabo pela equipa proponente (FCT PTDC/AGR-PRO/111896/2009 e ALT20-03-0145-FEDER-000039), foi desenvolvida e testada em condições de campo uma estratégia de bioprotecção de culturas assente na colonização micorrízica precoce das plantas a proteger (Brito et al., 2018). Em termos práticos a tecnologia consiste em antecipar as operações de descompactação do solo que devem ser realizadas logo após a colheita do tomate, seguindo-se a armação do terrenos para instalação do tomate no ano seguinte. Ainda no Outono, procede-se à instalação de uma cultura de cobertura, não hospedeira de Fusarium, que ocupará o solo durante todo o período de Inverno e permitirá o desenvolvimento de uma rede de micélio extra-radicular (ERM) de fungos micorrízicos. Na Primavera a cultura de cobertura deve ser eliminada por corte ou com um herbicida, para que rede de ERM permaneça intacta e infectiva dando lugar a uma colonização micorrízica precoce do tomateiro, garantindo-lhe assim um significativo grau de protecção contra o Fusarium. A presente estratégia revelou-se extremamente eficiente na diminuição da incidência de fusariose em plantas de tomateiro assim como no aumento da matéria verde em ensaios em vaso. A sua validação foi obtida em condições de campo ao ter permitido reduzir em mais de 50% a mortalidade das plantas de tomateiro devida à colonização por Fusarium e conduzido a um aumento de cerca de 20 ton/ha de frutos vermelhos quando comparada com a prática tradicional da cultura (Brito et al., 2018). De salientar que estes resultados foram obtidos ao terceiro ano da cultura no mesmo local, pelo que a infestação do solo por Fusarium era já muito considerável e a opção para muitos produtores teria sido nem sequer cultivar tomate nessas circunstâncias. De referir ainda que a cultura de cobertura oferece ao sistema uma série de outros benefícios (aumento do teor de matéria orgânica, favorecimento de outros micróbios benéficos e melhoria da estrutura do solo, redução das perdas de N ou infestantes indesejáveis). Em colaboração com associações de produtores da região, a presente operação pretende proceder à transferência de tecnologia desenvolvida pela equipa proponente aos agricultores interessados e disponíveis para adaptar as sua práticas agronómicas de forma a ter um controle ambientalmente adequado e mais eficaz de uma doença que neste momento condiciona de forma muito significativa a produção de tomate na região. Prevê-se a instalação de 2 campos de demonstração da tecnologia. Dias abertos com agricultores de forma acompanhar a implementação desta tecnologia e os seus resultados, assim como a criação de um site, produção de material audiovisual e participação em encontros da especialidade (técnicos e científicos) estão previstos como principais formas de divulgação desta operação. A tipologia da operação proposta integra-se assim de forma clara nas ações de disseminação e difusão de novos conhecimentos e tecnologias gerados no âmbito da I&D, para o tecido empresarial

Geographic distribution of financing

131,84 thousand €

Funding amount

Where was the money spent

By region

1 region financed .

  • Alentejo 131,84 thousand € ,
Source AD&C, GPP
31.07.2024