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Project Portugal 2020

Requalificação de Edificado no Bairro do Castelo- Torre dos Figos

Project sheet

Name

Requalificação de Edificado no Bairro do Castelo- Torre dos Figos .

Funding amount

372,74 thousand € .

Value executed

378,29 thousand € .

Operation code

NORTE-05-2316-FEDER-000189 .

Conclusion date

30.11.2023 .

Summary

No caso do edifício da Torre dos Figos, localizado entre o Centro de Artesanato, das Artes e dos Ofícios Tradicionais e a Padaria do Cantinho, edifícios reabilitados no âmbito do programa Viver Lamego, este deve ser alvo de um processo de requalificação visando a sua refuncionalização. Tendo em conta as caraterísticas do local, a sua simbologia e localização no coração do centro histórico, este local assume-se como o mais indicado para a implantação da sede da Associação Portuguesa dos Municípios com Centro Histórico (APMCH). Sugere-se, neste espaço, uma intervenção de reabilitação integral do edifício, de modo a permitir a implementação de todas as valências administrativas da APMCH. Para além da instalação desta Associação, que já recorre a um forte apelo à valorização do património histórico, também objetiva-se impulsionar o turismo e criar no mesmo edifício três salas multiusos e de exposições. Estas salas terão como objetivo valorizar e transformar a reabilitação da Torre dos Figos em um espaço público de valorização do património histórico da cidade e de atração e promoção do turismo e da cultura. O projeto em apreço terá uma função estruturante na qualificação da vivência urbana deste espaço peculiar da cidade, aportando consigo dinâmicas passíveis de lhe conferir a centralidade de outros tempos. Historicamente, a Torre dos Figos teve diversas utilidades, nomeadamente como Torre Militar Albarrã e a sua posterior ocupação como Casa da Câmara (séc. XIV a séc. XIX). Esta história denota elementos que serão também valorizados aquando de sua reabilitação, como por exemplo o coroamento da torre com merlões e a pedra de armas medieval. Conforme detalhado no Anexo do Estudo de Enquadramento Histórico e Arqueológico, a identificação do carácter militar e maciço caracteriza a construção da fase mais antiga e original da Torre dos Figos (atribuível provavelmente ao séc. XIII), tratava-se muito provavelmente uma primitiva Torre Albarrã, associada ao sistema defensivo medieval da cidade. A sua estrutura siglada, semelhante ao troço de muralha adjacente, e os vestígios do passadiço/ponte de ligação da Torre à muralha, ajudam a reforçar esta interpretação. A posterior utilização da Torre dos Figos foi registada através da ocupação e adaptação da primitiva Torre Albarrã em Casa da Câmara, ainda no período medieval. Neste domínio, a Torre dos Figos representa também um exemplo notável e pioneiro do processo que ocorre a partir do século XIV, de formalização de edifícios próprios para sede dos poderes concelhios – onde se guarda o selo e os documentos autárquicos e onde se realizam as audiências e sessões da Câmara. Em Lamego, como por exemplo também em Coimbra, a opção recaiu no aproveitamento de uma antiga torre do circuito muralhado da cidade. Alguns indícios documentais apontam para a possibilidade de a solução encontrada em Lamego poder recuar às primeiras décadas do século XIV, constituindo assim um dos exemplos mais antigos de resposta dos concelhos às exigências determinadas pelos monarcas portugueses. Tendo em conta os registos de alto valor histórico, a proposta de arquitetura pretende simultaneamente recuperar-regenerar a estrutura patrimonial, mas de forma indelével, fazer aparecer a passagem do uso militar ao uso cívico, que se encerra nas mesmas pedras: • Com a remoção do telhado de quarto de águas atual, reconfigura-se a identidade militar (torre quadrada / maciça / rematada com merlões); • Com o desnível da estrutura-ampliação entre a Torre e o Adarve (da muralha), evidencia-se a transformação para uso com Casa da Câmara; • Com a manutenção dos vãos rasgados na estrutura militar, fica evidente a sobreposição de tempos; • A atmosfera interior com a sequência de 3 salas quadrangulares pretende dar expressão à frugalidade daquelas arquiteturas antigas (quer como espaço de vigia militar, quer como simples assento do concelho de homens bons), e dar condições para espaços amplos, que aceitem a musealização apenas com equipamento móvel (estantes / expositores / vitrinas...) e recusando a divisão funcional dos espaços. A Torre Militar será reposta na sua individualidade: • Removendo a cobertura de quatro águas e o acrescento sobre a cobertura atuais; • Removendo o acrescento superior ao edifício adoçado à torre do lado poente e obstruindo parcialmente a passagem que circula a muralha, desde a rua do Cantinho; • Eventualmente, substituindo a cornija do volume-torre por uma simulação de merlões, a partir da pedra-merlão identificada no local, pela arqueologia; • Constituindo uma cobertura-plana. A adaptação para Casa da Câmara será mostrada nos momentos de transformação formal acrescentados: • Manutenção dos vãos abertos nos alçados poente / norte / nascente, para configurar a sala do concelho; • Remoção da ampliação (séc. XX) do espaço sobre pilares de betão, adoçado ao alçado norte; • Eventualmente, manutenção da cornija do volume ligando a torre ao adarve; • Manutenção-recuperação da escada exterior em pedra no alçado poente que permitia o acesso à Casa da Câmara, desde o adarve e desde a escada em caracol, que se implantou anexa à muralha (junto ao solar da Porta dos Figos), permitindo o acesso direto do público desde a Rua do Cantinho à Casa da Câmara. Na nova cobertura-plana, será aberta uma claraboia, que permitirá à luz natural, atravessar todos os espaços interiores e assim dramatizar a futura musealização, com o máximo de flexibilidade. Relativamente à componente visual da operação, a reabilitação integral da Torre dos Figos contribuirá para uma melhor integração deste elemento no conjunto urbano em que se insere, uma vez que se encontra em avançado estado de degradação e que a intervenção prevista ao nível das fachadas, coberturas e arranjos exteriores permitirá manter a identidade e a imagem que o caracteriza, valorizando naturalmente o próprio edifício, mas também, e sobretudo, a sua envolvente, constituindo um elemento arquitetónico promotor da qualidade urbanística na cidade de Lamego. O renovado edifício, estando localizado numa zona central da ARU, afirmar-se-á como um elemento central e ponto de referência à valorização do centro histórico, criando e aproveitando sinergias resultantes da confluência de diferentes elementos históricos (e.g. Casa dos Bordalos, Padaria do Cantinho, Solar da Porta dos Figos, estabelecimentos comerciais, entre outros).

Funding beneficiaries

Geographic distribution of financing

372,74 thousand €

Funding amount

Where was the money spent

By county

1 county financed .

  • Lamego 372,74 thousand € ,
Source AD&C, GPP
31.07.2024