Project Portugal 2020

Operation code Code that identifies each project carried out using European funding.

Conclusion date

Summary

O Bairro da Cumieira é um complexo de habitação social destinado a albergar a população carenciada do concelho de Fafe. Integrando o património municipal e enquanto infraestrutura única nesta resposta social, o bairro congrega a totalidade do universo de agregados familiares beneficiários do regime de renda apoiada, constituindo uma prioridade de intervenção no âmbito da estratégia de desenvolvimento de Fafe. Construído no final da década de 70, no âmbito de um programa de habitação a custos controlados para famílias de fracos recursos, sob a alçada do IGAPHE, este complexo passou a integrar o património e a gestão municipal após a extinção deste instituto. O seu conjunto habitacional é formado por 11 blocos de 4 pisos, com designações de “A” a “L”, tendo na sua constituição edifícios com diversas habitações de tipologia T2, T3 e T4, que totalizam 242 frações. Os edifícios, construídos há 39 anos, apresentam-se em mau estado de conservação, revelando fracas condições de habitabilidade e conforto e um baixo nível de desempenho energético, evidenciando a necessidade premente de intervenção. A esta degradação do parque habitacional, associa-se uma comunidade residente onde impera a privação material e social e onde a pobreza, o desemprego, o estigma social e o défice de oportunidades sustentam a incidência e a reprodução de situações de exclusão social. Perante este cenário, procedeu-se à realização de uma auditoria energética que permitiu diagnosticar a situação atual, identificando carências, propondo intervenções no domínio da eficiência energética e revelando os ganhos potencialmente resultantes da sua implementação. A presente operação surge, assim, da necessidade detetada de proceder à reabilitação e melhoria da eficiência energética do parque de habitação social do Bairro da Cumieira, através da implementação de ações que visam aumentar o desempenho energético e a utilização de energias renováveis para autoconsumo. O diagnóstico energético permitiu estruturar esta operação infraestrutural que propõe um conjunto de intervenções integradas que incidem na envolvente opaca dos edifícios, na componente envidraçada, nos sistemas de produção AQS, na iluminação interior, nos sistemas de ventilação e iluminação das partes comuns e na utilização de energias renováveis para autoconsumo, a realizar nos 11 “blocos” habitacionais deste complexo. A sua implementação será essencial para aumentar a qualidade do edificado, promovendo melhores condições de habitabilidade e conforto à população residente e contribuindo para o seu bem-estar e para a sua qualidade de vida. A ampla intervenção proposta, incidindo sobre os elementos construtivos, sistemas e equipamentos energéticos, permitirá um melhor desempenho e uma maior racionalização e diminuição dos consumos energéticos, contribuindo para a redução da pobreza energética dos agregados familiares com baixos rendimentos que habitam no bairro. Proporcionando uma redução significativa das emissões de CO2 no domínio da habitação social, a operação permite diminuir a pegada de carbono decorrente das infraestruturas da administração local, no alinhamento das políticas públicas e das metas estabelecidas para o setor público. A reabilitação energética dos edifícios e a melhoria das condições de alojamento e de qualidade de vida são fundamentais para estimular a autoestima, reforçar dinâmicas relacionais e combater vulnerabilidades, promovendo a inclusão dos segmentos carenciados da população e uma maior coesão social e económica no território. O projeto encontra-se perfeitamente alinhado com as principais políticas públicas e instrumentos no domínio da eficiência energética e do uso eficiente dos recursos, nomeadamente com a Estratégia Europa 2020, Agenda Europeia 20-20-20, Portugal 2020, Norte 2020, RESEUR e PNAEE. A operação apresentada contribui, assim, para a reabilitação e melhoria da eficiência energética no complexo de habitação social do Bairro da Cumieira, promovendo uma melhoria do desempenho energético e a racionalização dos consumos, aumentando a qualidade do edificado, sua habitabilidade e conforto, reduzindo a pobreza energética e contribuindo para o bem-estar e a qualidade de vida da população carenciada residente.